(Deportivo Independiente Medellín) Copa Sul-americana – Oitavas de final (Jogo de ida)
Data: 21 de Setembro de 2016
Hora: 21:45 (Horário de Brasília,
Hora:19:45 horário de Medellín, Colômbia)
Local: Medellín (Colômbia)
Estádio: Atanasio Girardot
Árbitro: Raúl Orosco (BOL)
Auxiliares: Juan Montaño (BOL) e
José Antelo (BOL) Luis Irusta (BOL), Quarto árbitro.
Público: 15.987 pagantes
Obs.: O histórico jogo de estreia do Santa Cruz em competições internacionais. * O Santa Cruz estreou na competição contra o Sport, na fase preliminar do torneio, empatando o 1º jogo em 0x0 e vencendo o 2º jogo por 1x0.*
Ingresso do jogo: Independiente Medellin x Santa Cruz
Jogo Completo - Transmissão ao vivo pela Globo Nordeste
SANTA CRUZ
Tiago Cardoso;
Danilo Pires, Neris, Danny Moraes e Allan Vieira;
Uillian Correia, Wellington Cézar (Jadson), Derley e Matías Pisano (Marion);
Arthur (Mazinho) e Grafite. Técnico: Doriva Cartões Amarelos: Allan Vieira e Danny Moraes
DIM - INDEPENDIENTE MEDELLÍN (COLÔMBIA)
David González;
Marion Piedrahita, Andrés Mosquera, Jorge Arias e Juan David Valencia;
Juan David Cabezas, Didier Moreno, Jhon Hernández (Eduard Atuesta)
e Mauricio Molina (Sebastián Macías);
Hernán Hechalar (Maurício Cortés) e Juan Fernando Caicedo.
Técnico: Leonel Álvarez
Gols: Hernán Hechalar aos 38' 1º Tempo e
Maurício Cortés aos 42' 2º tempo
Cartões Amarelos: Jhon Hernández
Matéria do caderno de Esportes da Folha de Pernambuco - 22/09/2016
Obs.: O Shimizu, vice-campeão Japonês, veio a Pernambuco
em Março de 1993 para realizar 2 jogos amistosos.
Primeiro enfrentou a equipe do Destilaria do Cabo de Santo Agostinho
(Não foi encontrado registro sobre o resultado da partida) que na
época era comandada pelo técnico Nereu Pinheiro. Depois veio ao
Recife enfrentar o Santa Cruz no Arruda. A equipe do Shimizu
foi fundada em 1992 em uma cidade de aproximadamente 235 mil habitantes.
Santa Cruz Ferreira (Isaias);Araújo, Edinho (Reginaldo), Paulo César e Quinho;Marco Antônio, Mazo (Ricardo) e Henágio (Célio); Marcelinho (Serginho), Marcelo Rocha (Afrânio) e Dudu (Pessanha). Técnico: Cláudio Garcia . Gols: Marcelo Rocha e Edinho (pênalti)
Shimizu (Japão) Sanada;Saito, Marco Antônio, Naito e Hiruaka (Hiamada); Miura (Teru), Toninho (Uenoke) e Edu (Luzuki); Mukijima (Keuta), Azamura (Kajima) e Surguimoto (Acoshima). Técnico: Emerson Leão
Henágio, grande destaque da partida
Santa Cruz
Ferreira (Isaias);
Araújo, Edinho (Reginaldo), Paulo César e Quinho;
Marco Antônio, Mazo (Ricardo) e Henágio (Célio);
Marcelinho (Serginho), Marcelo Rocha (Afrânio) e Dudu (Pessanha).
Técnico: Cláudio Garcia .
Gols: Marcelo Rocha e Edinho (pênalti)
Shimizu (Japão)
Sanada;
Saito, Marco Antônio, Naito e Hiruaka (Hiamada);
Miura (Teru), Toninho (Uenoke) e Edu (Luzuki);
Mukijima (Keuta), Azamura (Kajima) e Surguimoto (Acoshima).
Domingo passado a televisão foi obrigada a transmitir um jogo da Série C do Campeonato Brasileiro. É verdade que era uma decisão, e quem ganhasse já estaria na Série B. Mas não era a decisão que fazia do jogo algo especial. Era o que acontecia fora dele, ao lado dele, em volta dele. Sessenta mil torcedores se aglomeravam dentro do estádio, um velho estádio, que na opinião dos militantes do Business F.C. certamente já deveria ter sido demolido faz tempo.
Só que ninguém reclamava das inconfortáveis instalações do glorioso Arruda, do Recife. Ao contrário, havia alegria delirante, que atingiu até os narradores do jogo, atônitos com a impressionante concentração de massa diante de seus olhos. Um dos narradores chegou mesmo a mencionar, com razão, que parecia um jogo do passado, dentro daquele estádio de linhas arquitetônicas antiquadas, relíquia de um tempo em que estádios eram feitos para abrigar qualquer torcedor e não certos torcedores.
Abrigar talvez seja um termo não adequado. Estádio não era feito para abrigar, mas para caber. Quem ia ao estádio sabia que poderia ter que se sentar no concreto com o risco de ficar um pouco espremido, debaixo de sol, chuva ou frio. Mas ninguém se importava. Como não se importavam domingo os sessenta mil alucinados torcedores do Santa Cruz. Esse jogo e essa torcida vieram provar muita coisa.
O verdadeiro torcedor de futebol, que fez a grandeza do futebol brasileiro, não desapareceu. Lá estavam eles, alegres, fanáticos, jovens e velhos, homens e mulheres, elas inclusive, as belas mulheres do Recife, todos com os olhos no campo e provavelmente sentados no cimento duro. Ninguém se preocupava com outra coisa senão com o desempenho do seu time. Sua alegria vinha do gramado, não de outro lugar. Foi comovente e consolador ver as jovens gerações se comportando como as velhas, no mesmo desprendimento, no mesmo desprezo por condições especiais de acomodação.
Estádio foi feito mesmo pra sofrer, se angustiar, e entrar em êxtase, talvez tudo junto. A torcida do Santa Cruz se colocou ao contrário de tudo que existe por aí em termos de novas arenas. Fala-se que essas arenas darão mais conforto, comodidade, espaço, aos torcedores. Quem precisa de tudo isso? Não os torcedores do Santa Cruz, como constatei domingo. A verdade é que essas arenas estão sendo feitas para outros torcedores que pagarão "o preço de mercado" pelos ingressos. O que é esse preço? O maior possível, evidentemente.
Numa metrópole brasileira sempre existirão quarenta, quarenta e cinco mil pessoas, por exemplo, que pagarão sem pestanejar os preços de mercado. Mas serão torcedores diferentes. Velhotes gordinhos, sisudos, que precisam de espaço para seus corpinhos, que precisam de estacionamento para seus 4X4, que precisam se abrigar do frio e do sereno. Que vão reproduzir nos estádios, acomodados em seus belos "camarotes", a reclusão que vivem atrás das grades pontiagudas de seus belos edifícios, cercados de guardas por todos os lados.
Futebol é coisa de jovens. De velhos também, mas como os velhos que foram domingo no Arruda. Que choravam copiosamente com a vitória e o regresso triunfal do Santa. Você imaginaria um executivo, sem um pingo de suor no rosto, sentado num lugar especial, uisquinho na mão, chorando? O espetáculo no Arruda me mostrou que existe um Brasil que continua o mesmo, felizmente. Não vai mais aparecer muito na TV é certo, mas, quando menos se espera, lá está ele.
Também é muito possível que já se pense em transformar o Arruda numa arena igualzinha às outras. Talvez, mas não me interessa. Me interessa o que vi domingo passado. Por isso que agradeço ao Santa Cruz e á sua torcida o espetáculo que deram. E aproveito para declarar que conquistaram um fanático torcedor, infelizmente de longe, aqui de São Paulo, mas sonhando com o Arruda. Viva o Santa!